Voltava à vida com o fôlego de quem mergulha em apnéia por mais tempo do que o suportável... Precisava de goles consistentes de ar para recuperar o tempo perdido. E era inevitável rir de si mesmo ao perceber que nos últimos meses estava confundindo o céu com o reflexo das nuvens numa poça d'água. Por pouco, muito pouco, não se afogou em meros 3 cm de ilusão...
terça-feira, 30 de setembro de 2008
quinta-feira, 4 de setembro de 2008
Sobre perdas e ganhos...
Participo de um projeto que investe na educação de jovens de uma comunidade do Rio. Sábado passado dei a primeira aula de Redação - sobre um tema controverso - mas adequado à realidade da maior parte dos alunos. Coloquei em pauta a influência do meio em que vivemos nas nossas atitudes diárias. Expliquei de maneira simplificada a máxima "o homem é produto do meio" e trouxe a questão do livre-arbítrio.
Inicialmente assustados com o tema complicado, os rostos mudaram completamente quando o debate começou. O que vi em sala foi uma série de crianças decididas. Em meio à frases mal-estruturadas e pontuações fora de lugar, as idéias estavam em ordem. De uma maneira tão clara, que parecia óbvia. Fazer esse tipo de trabalho é, no fundo, um egoísmo altruísta. Levamos conhecimento para trocar por esperança... Por enquanto, eu tenho saído no lucro.
Na semana passada, minha mãe foi roubada. Em frente à escola que trabalha, com direito a sol de meio-dia, arma na cabeça, agressão verbal e tudo mais que vem atrelado à cena. Pela descrição, os assaltantes não tinham mais que 20 anos. Uns 6 ou 7 a mais do que os alunos de sábado. Ouvi uma pessoa dizer que foi por causa do lugar e comparei com o que vejo aos sábados. Não existe diferença. As condições faltam nos dois lugares. A realidade é seca nos dois lados.
Isso me fez ter mais certeza ainda de que a decisão é única e exclusivamente pessoal. E a pergunta que ecoou foi justamente essa: em que momento alguns deles se perdem? Ou melhor, em que momento nós os perdemos?
Inicialmente assustados com o tema complicado, os rostos mudaram completamente quando o debate começou. O que vi em sala foi uma série de crianças decididas. Em meio à frases mal-estruturadas e pontuações fora de lugar, as idéias estavam em ordem. De uma maneira tão clara, que parecia óbvia. Fazer esse tipo de trabalho é, no fundo, um egoísmo altruísta. Levamos conhecimento para trocar por esperança... Por enquanto, eu tenho saído no lucro.
Na semana passada, minha mãe foi roubada. Em frente à escola que trabalha, com direito a sol de meio-dia, arma na cabeça, agressão verbal e tudo mais que vem atrelado à cena. Pela descrição, os assaltantes não tinham mais que 20 anos. Uns 6 ou 7 a mais do que os alunos de sábado. Ouvi uma pessoa dizer que foi por causa do lugar e comparei com o que vejo aos sábados. Não existe diferença. As condições faltam nos dois lugares. A realidade é seca nos dois lados.
Isso me fez ter mais certeza ainda de que a decisão é única e exclusivamente pessoal. E a pergunta que ecoou foi justamente essa: em que momento alguns deles se perdem? Ou melhor, em que momento nós os perdemos?
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
Já deu, né?
Cansei do espírito olímpico. Por mim, as Olimpíadas já teriam terminado e esse ufanismo já teria parado há algum tempo. Não sou contra patriotismo, nem contra torcidas. Pelo contrário, sou flamenguista atuante e, nos jogos olímpicos, vi todas as competições de natação. Vibrei com o Cielo tanto quanto o Gustavo Borges... (Ok, nem tanto assim. Era de madrugada e eu estava chegando do trabalho.)
Não tenho nada contra os eventos esportivos e nem critico o patriotismo sazonal do brasileiro, que é muito mais forte em Copa do Mundo. As Olimpíadas que me perdoem, mas o campeonato de futebol ainda é mais importante para nós. Mesmo sem saber exatamente o porquê disso, visto os últimos desempenhos dos canários da bola... Enfim, bola pra frente, porque quem não faz, leva. (Beijo, Kun Aguero!)
O que mais me irrita nessas últimas semanas é a mania que Brasileiro tem de comemorar o Bronze ou qualquer colocação que seja. Não sei se sou competitiva demais, mas sempre que entrei em alguma competição, tentava pelo menos a Prata. Se não estivesse disposta a isso, nem começava a competir... Aceito o fato de não termos tradição em alguns esportes e, por isso, ter o terceiro lugar como uma verdadeira conquista. Mas, dizer que o Bronze do Iatismo ou do Judô valem Ouro é forçar uma barra desnecessária. Irrita ver o Galvão feito bobo alegre, comemorando toda e qualquer colocação dos atletas brasileiros. Incentivo é bom, todo mundo gosta e os atletas precisam. Cobrança também.
Se continuarmos comemorando toda e qualquer derrota com a negligência global, vamos ser sempre o país do futuro. Até as próximas Olimpíadas, claro...
Não tenho nada contra os eventos esportivos e nem critico o patriotismo sazonal do brasileiro, que é muito mais forte em Copa do Mundo. As Olimpíadas que me perdoem, mas o campeonato de futebol ainda é mais importante para nós. Mesmo sem saber exatamente o porquê disso, visto os últimos desempenhos dos canários da bola... Enfim, bola pra frente, porque quem não faz, leva. (Beijo, Kun Aguero!)
O que mais me irrita nessas últimas semanas é a mania que Brasileiro tem de comemorar o Bronze ou qualquer colocação que seja. Não sei se sou competitiva demais, mas sempre que entrei em alguma competição, tentava pelo menos a Prata. Se não estivesse disposta a isso, nem começava a competir... Aceito o fato de não termos tradição em alguns esportes e, por isso, ter o terceiro lugar como uma verdadeira conquista. Mas, dizer que o Bronze do Iatismo ou do Judô valem Ouro é forçar uma barra desnecessária. Irrita ver o Galvão feito bobo alegre, comemorando toda e qualquer colocação dos atletas brasileiros. Incentivo é bom, todo mundo gosta e os atletas precisam. Cobrança também.
Se continuarmos comemorando toda e qualquer derrota com a negligência global, vamos ser sempre o país do futuro. Até as próximas Olimpíadas, claro...
sábado, 16 de agosto de 2008
Ponto final.
segunda-feira, 4 de agosto de 2008
"It's better to say too much..."
Sou sincera. Grossa, se precisar. E mal-educada, se assim exigirem. Já resolvi muitos problemas dessa maneira e gosto de ser tida como uma pessoa direta. Aqueles cheios de metáforas e rodeios não duram muito perto dos meus sarcasmos irônicos e ácidos. Acho ótimo.
Pensei nisso durante o final de semana, quando me vi aconselhando uma amiga a falar tudo o que precisava falar. Só para não restar aquela sensação requentada de que não fomos até o nosso próprio limite. É, de certa forma, uma sinceridade egoísta. Nos livramos do peso na consciência de saber que alguma coisa não deu certo por falta de persistência nossa.
Já ouvi, durante uma discussão, que eu deveria aprender a medir as palavras. Na época, me senti culpada e pedi desculpas. Logo para uma pessoa que não as merecia, justamente por não saber medir as atitudes. Foi assim que descobri que toda estupidez é pequena demais para ter dimensões e, por isso, não cabe na fita-métrica. Continuo achando que a sinceridade extrema nunca será tão cruel quanto uma mentira premeditada.
Depois dessa, cheguei à conclusão de que ainda prefiro os ásperos aos falsos. Pelo menos, deles, a gente sabe exatamente o que esperar. E sabe mais ou menos como agir diante das palavras que, no fundo, são previsíveis: as piores verdades são exatamente aquelas que conhecemos muito bem, por mais que tentemos empurrá-las para baixo do tapete. Por isso, os dissimulados que me perdoem, mas não acredito em verdades completamente desavisadas... Nem no que eles insistem em chamar de excesso de sinceridade. Falar a verdade, no meu mundo, ainda é virtude. E, para as coisas boas, não existem limites, nem medidas.
Pensei nisso durante o final de semana, quando me vi aconselhando uma amiga a falar tudo o que precisava falar. Só para não restar aquela sensação requentada de que não fomos até o nosso próprio limite. É, de certa forma, uma sinceridade egoísta. Nos livramos do peso na consciência de saber que alguma coisa não deu certo por falta de persistência nossa.
Já ouvi, durante uma discussão, que eu deveria aprender a medir as palavras. Na época, me senti culpada e pedi desculpas. Logo para uma pessoa que não as merecia, justamente por não saber medir as atitudes. Foi assim que descobri que toda estupidez é pequena demais para ter dimensões e, por isso, não cabe na fita-métrica. Continuo achando que a sinceridade extrema nunca será tão cruel quanto uma mentira premeditada.
Depois dessa, cheguei à conclusão de que ainda prefiro os ásperos aos falsos. Pelo menos, deles, a gente sabe exatamente o que esperar. E sabe mais ou menos como agir diante das palavras que, no fundo, são previsíveis: as piores verdades são exatamente aquelas que conhecemos muito bem, por mais que tentemos empurrá-las para baixo do tapete. Por isso, os dissimulados que me perdoem, mas não acredito em verdades completamente desavisadas... Nem no que eles insistem em chamar de excesso de sinceridade. Falar a verdade, no meu mundo, ainda é virtude. E, para as coisas boas, não existem limites, nem medidas.
quarta-feira, 30 de julho de 2008
Conclusões...
Eu pensava que estava vivendo na garupa de Murphy.
O último mês serviu para mostrar que isso é pouco. Muito pouco.
Não, amiguinhos, eu não joguei pedra na cruz...
Como dizem por aí, eu devo ter levado o Catra para cantar na Santa Ceia!!
(Só isso explica a quantidade de acontecimentos surreais em tão pouco tempo...)
Ps- O Orkut é burro. Agora, ele vem me dizer que "quando chegar o inverno, os céus mandarão chuvas de sucesso para você". Alguém avisa a ele que a estação das chuvas no Brasil é o Verão...
O último mês serviu para mostrar que isso é pouco. Muito pouco.
Não, amiguinhos, eu não joguei pedra na cruz...
Como dizem por aí, eu devo ter levado o Catra para cantar na Santa Ceia!!
(Só isso explica a quantidade de acontecimentos surreais em tão pouco tempo...)
Ps- O Orkut é burro. Agora, ele vem me dizer que "quando chegar o inverno, os céus mandarão chuvas de sucesso para você". Alguém avisa a ele que a estação das chuvas no Brasil é o Verão...
Aceita-se candidatos...
Está aberta a temporada de inscrições para Processos de Seleção. Nada contra dinâmicas em que as pessoas são pseudo-espontâneas e entrevistas pré-fabricadas. Só critico uma coisa quando consigo propor uma opção melhor e viável. Esse ainda não é o caso... Nesse script de recém-formado, no entanto, tem uma coisa que realmente me incomoda: as fichas de inscrição.
Tudo o que você fez até agora cabe em um formulário de uma página e meia. Isso se você tiver feito inglês, espanhol, francês, trabalho voluntário, intercâmbio, graduação, pós-graduação e mais algumas inutilidades técnicas. Sempre que termino de escolher as opções pré-determinadas que me oferecem, olho o espelho da minha "vida profissional" e questiono se é aquilo mesmo o que sou. Fico reduzida a alguns cursos e línguas fluentes, sem esquecer dos super-estágios que fiz enquanto deveria estar aproveitando as chopadas da faculdade. Pareço ter 10 cm de profundidade quando, na verdade, posso garantir que tenho pelo menos meio metro.
A cada processo desses fico mais descrente. Por "n" motivos que não valem ser mencionados. Mas também por ficar com a impressão de que a superficialidade é a alma do sucesso. Não questione, não ouse demais, não seja genuíno. O máximo que você conseguirá é um e-mail de "Agradecemos a sua participação..." na caixa de entrada. O que eles querem é que você seja simplesmente pró-ativo, empreendedor, criativo, enturmado, sociável e inteligente. Just like everybody else...
Se eu trabalhasse em algum RH seria mais clara em relação aos pré-requisitos dos candidatos: leia o livro do queijo e aquele outro do Buda com o executivo. Faça trabalho voluntário só para constar no currículo. Viaje e finja que aprendeu a respeitar todas as culturas do mundo. Não mencione os melhores e mais divertidos porres da sua vida. E não esqueça de usar a fantasia de empresário-mirim...
A partir daí, muito boa sorte na sua carreira pré-formatada!
Tudo o que você fez até agora cabe em um formulário de uma página e meia. Isso se você tiver feito inglês, espanhol, francês, trabalho voluntário, intercâmbio, graduação, pós-graduação e mais algumas inutilidades técnicas. Sempre que termino de escolher as opções pré-determinadas que me oferecem, olho o espelho da minha "vida profissional" e questiono se é aquilo mesmo o que sou. Fico reduzida a alguns cursos e línguas fluentes, sem esquecer dos super-estágios que fiz enquanto deveria estar aproveitando as chopadas da faculdade. Pareço ter 10 cm de profundidade quando, na verdade, posso garantir que tenho pelo menos meio metro.
A cada processo desses fico mais descrente. Por "n" motivos que não valem ser mencionados. Mas também por ficar com a impressão de que a superficialidade é a alma do sucesso. Não questione, não ouse demais, não seja genuíno. O máximo que você conseguirá é um e-mail de "Agradecemos a sua participação..." na caixa de entrada. O que eles querem é que você seja simplesmente pró-ativo, empreendedor, criativo, enturmado, sociável e inteligente. Just like everybody else...
Se eu trabalhasse em algum RH seria mais clara em relação aos pré-requisitos dos candidatos: leia o livro do queijo e aquele outro do Buda com o executivo. Faça trabalho voluntário só para constar no currículo. Viaje e finja que aprendeu a respeitar todas as culturas do mundo. Não mencione os melhores e mais divertidos porres da sua vida. E não esqueça de usar a fantasia de empresário-mirim...
A partir daí, muito boa sorte na sua carreira pré-formatada!
quinta-feira, 24 de julho de 2008
Presentes...
quarta-feira, 23 de julho de 2008
Conseqüências...
Toda ação tem uma reação de mesma intensidade e sentido contrário. Isso (ou alguma coisa bem parecida) é a Lei ds Física mais manjada da face da Terra, mas eu teimo em duvidar das ciências exatas. Pois bem. Foi por meio das ciências humanas que isso passou a fazer a sentido. Mais especificamente, por meio do último texto deste blog.
Nunca pensei que me declarar cética fosse afetar tanta gente assim. O que tem de amigo tentando me catequizar, fazer dar a mão a Jesus ou até mesmo apoiando meu ceticismo não é brincadeira. Ibope maior que esse eu só consegui quando cortei o cabelo. Deus deve ser 10 mesmo!!
Dos comentários e e-mails mais engraçados que recebi, nada se compara a esse site-conselho: macumba online. Sério; acho que nunca ri tanto. Não duvido dessas coisas, mas também não sou capaz de pagar rios de dinheiro por um "trabalho". Mas escolher sua macumba por um site, com opções pré-determinadas, só pode ser palhaçada. Tem até a opção "F**** a vida" de alguém!!!
Eu até posso ser descrente, mas não vou correr o risco de fazer piada com algum Exu desses da vida... Já tem coisa demais dando errado para eu colocar a cara a tapa assim. Vai que eles existem, como Deus, e cismam com a minha cara?!?
Nunca pensei que me declarar cética fosse afetar tanta gente assim. O que tem de amigo tentando me catequizar, fazer dar a mão a Jesus ou até mesmo apoiando meu ceticismo não é brincadeira. Ibope maior que esse eu só consegui quando cortei o cabelo. Deus deve ser 10 mesmo!!
Dos comentários e e-mails mais engraçados que recebi, nada se compara a esse site-conselho: macumba online. Sério; acho que nunca ri tanto. Não duvido dessas coisas, mas também não sou capaz de pagar rios de dinheiro por um "trabalho". Mas escolher sua macumba por um site, com opções pré-determinadas, só pode ser palhaçada. Tem até a opção "F**** a vida" de alguém!!!
Eu até posso ser descrente, mas não vou correr o risco de fazer piada com algum Exu desses da vida... Já tem coisa demais dando errado para eu colocar a cara a tapa assim. Vai que eles existem, como Deus, e cismam com a minha cara?!?
domingo, 20 de julho de 2008
Por via das dúvidas...
Nunca fui o que se pode chamar de uma pessoa religiosa. Fiz primeira comunhão porque meus irmãos também fizeram e eu achava divertido ir às aulas com o resto do pessoal. O problema é que me descobri extremamente crítica ao mesmo tempo em que comecei a estudar História e entender um pouco mais das coisas. A partir daí, passei a desconfiar mais da Igreja e a questionar mais as coisas. Afastei-me por completo da instituição: não vou à missa há anos. Perdi por completo o hábito de rezar.
Não que não me faça falta. Esse ceticismo em relação a tudo não me agrada em nada e até tento acreditar em alguma coisa. Entretanto, "eu tenho pressa e tanta coisa me interessa, mas nada tanto assim"... E nenhuma religião ou crença conseguiu se mostrar forte o suficente para me prender. Eu até queria rezar, mas acho que seria hipocrisia... E, se Deus existe de verdade, Ele não deve gostar de pessoas hipócritas. No entanto, dizem que Ele perdoa tudo. Então, se já pecamos (ai, que medo!) contando com o perdão, erramos duas vezes, certo? É por isso que acho essas coisas muito complicadas... E, mesmo com TUDO dando errado, prefiro ficar quietinha a ser uma beata de ocasião.
Não que não me faça falta. Esse ceticismo em relação a tudo não me agrada em nada e até tento acreditar em alguma coisa. Entretanto, "eu tenho pressa e tanta coisa me interessa, mas nada tanto assim"... E nenhuma religião ou crença conseguiu se mostrar forte o suficente para me prender. Eu até queria rezar, mas acho que seria hipocrisia... E, se Deus existe de verdade, Ele não deve gostar de pessoas hipócritas. No entanto, dizem que Ele perdoa tudo. Então, se já pecamos (ai, que medo!) contando com o perdão, erramos duas vezes, certo? É por isso que acho essas coisas muito complicadas... E, mesmo com TUDO dando errado, prefiro ficar quietinha a ser uma beata de ocasião.
Não que eu acredite mesmo nisso, mas ainda prefiro que Deus me julgue por ser cética. O castigo dos oportunistas deve ser bem pior...
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