Passei o dia em São Paulo. Quase exatas 24 horas na cidade que tem fama de cinza e parece ser incômoda para todo e qualquer carioca que se preze. Sem muita noção das dimensões da metrópole, usei como base a gigantesca Marginal Tietê para saber que andar por lá não era brincadeira. Como quem se arma para transitar em território desconhecido - e, por enquanto, inimigo - entrei no site do metrô e tracei rotas dos percursos que seriam percorridos ao longo do dia.
Realmente, São Paulo não é a cidade mais verde que já vi na vida. E, de fato, encarar o horizonte fechado pelos ângulos retos e as linhas exatas do mar de prédios foi estranho. Demorou um pouco para a que a minha visão trocasse o estofado verde dos morros cariocas pelo cinza arquitetônico paulista. Depois da adaptação, São Paulo corre bem. E como corre. Ninguém pára para ver a vida. Ninguém pára para apreciar uma cidade que se faz bonita na exatidão das esquinas e no emaranhado de viadutos. Nem eu.
Já estava quase sendo convencida a conhecer o Ibirapuera quando a vontade de chegar em casa me arrastou com uma força descomunal rumo à rodoviária. Com os compromissos cumpridos, tudo o que eu queria era um ônibus que chegasse o mais rápido possível ao Rio. E ali, no meio da plataforma, São Paulo me ganhou por causa de um peruano. A pessoa mais solícita ao longo do dia. Puxou conversa, me "apresentou" Enrique Iglesias que tocava no seu castigado MP3 e me contou sobre a vida que leva pelo litoral brasileiro, vendendo artesanato. Falou de onde veio, de como sente saudades de Cusco e de toda a família que deixou por lá. Abriu um sorriso encantador quando soube que eu e a irmã compartilhamos o mesmo nome. E me disse o seu: Jorge. Fiquei triste. Não conheço ninguém que divida o nome com ele.
As 6 horas de viagem pareciam estar rendendo. Não sei bem se foi por causa da criança que chorava insistentemente ou por causa das revistas da Polícia Rodoviária Federal. Até a Avenida Brasil parecia bonita a essa altura do campeonato. E, finalmente, a rodoviária do Rio. E pessoas a minha espera. Com uma notícia iminentemente ruim. De repente, São Paulo ficou tão bela diante da palidez que o Rio assumiu. E a vontade que se fez maior foi a de "cruzar o Ipiranga e a Aveninda São João"... E torcer para que, como com Caetano, alguma coisa acontecesse no meu coração.
Realmente, São Paulo não é a cidade mais verde que já vi na vida. E, de fato, encarar o horizonte fechado pelos ângulos retos e as linhas exatas do mar de prédios foi estranho. Demorou um pouco para a que a minha visão trocasse o estofado verde dos morros cariocas pelo cinza arquitetônico paulista. Depois da adaptação, São Paulo corre bem. E como corre. Ninguém pára para ver a vida. Ninguém pára para apreciar uma cidade que se faz bonita na exatidão das esquinas e no emaranhado de viadutos. Nem eu.
Já estava quase sendo convencida a conhecer o Ibirapuera quando a vontade de chegar em casa me arrastou com uma força descomunal rumo à rodoviária. Com os compromissos cumpridos, tudo o que eu queria era um ônibus que chegasse o mais rápido possível ao Rio. E ali, no meio da plataforma, São Paulo me ganhou por causa de um peruano. A pessoa mais solícita ao longo do dia. Puxou conversa, me "apresentou" Enrique Iglesias que tocava no seu castigado MP3 e me contou sobre a vida que leva pelo litoral brasileiro, vendendo artesanato. Falou de onde veio, de como sente saudades de Cusco e de toda a família que deixou por lá. Abriu um sorriso encantador quando soube que eu e a irmã compartilhamos o mesmo nome. E me disse o seu: Jorge. Fiquei triste. Não conheço ninguém que divida o nome com ele.
As 6 horas de viagem pareciam estar rendendo. Não sei bem se foi por causa da criança que chorava insistentemente ou por causa das revistas da Polícia Rodoviária Federal. Até a Avenida Brasil parecia bonita a essa altura do campeonato. E, finalmente, a rodoviária do Rio. E pessoas a minha espera. Com uma notícia iminentemente ruim. De repente, São Paulo ficou tão bela diante da palidez que o Rio assumiu. E a vontade que se fez maior foi a de "cruzar o Ipiranga e a Aveninda São João"... E torcer para que, como com Caetano, alguma coisa acontecesse no meu coração.
3 comentários:
Os morros, a selva urbana, o calçadão e o areal de ipanema continuam lá, só tem de procurar e acreditar na perspectiva risonha do dia a amanhecer ;)
Beijo,
Hugo
Eu sabia que você ia escrever um texto de São Paulo, sabia...
Lindo!
Sempre de bandeira em mãos por seus textos. Uma fã, leitora. Fiquei emocionada com esse texto sobre São Paulo. Eu, que embora tenha nascido e crescido no interior de São Paulo, tenho uma relação de admiração muito grande com a metrópole. Compreendo perfeitamente o que disse sobre ela. Estou voltando... fique bem! Um grande ano a você... Beijo.
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