segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Sobre versos, verdades e virtudes...

Cazuza já perguntava numa de suas melhores letras: "Por que que a gente é assim?". Pela força com que gritava essa interrogação, acho que ele nunca encontrou a resposta. Parei para pensar nisso dia desses, quando me dei conta de que somos apenas um resumo mal-acabado de tudo o que nos rodeia. Sem que percebamos, dividimos gírias e crenças com a mesma intensidade, por mais que não concordemos com todas elas. Sem nos darmos conta, reproduzimos sempre a mesma novela como se fosse uma sessão interminável de "Vale a pena ver de novo", com o final já conhecido e o roteiro manjado. O estúpido é esperar por um final diferente, quando na verdade só pisamos em pegadas já marcadas. O desfecho é o mesmo, só mudam os atores...

O ruim não é ter um pouco de todos em nós. Mal mesmo é perceber que o que te chocava tempos atrás já lhe é banal hoje em dia. Péssimo é se dar conta de que a atitude que te magoava ontem, está sendo tomada justamente por você. Logo você... Que jurava de pés juntos não fazer exatamente isso. Por que o defeito sempre marca mais do que a virtude? Por que é mais fácil repetir o erro dos outros do que os acertos? Na mesma música, Cazuza diz que somos canibais de nós mesmos. Vai ver, ele sabia a resposta, mas não quis colocá-la em versos. A verdade é que ninguém gosta dos pessimistas. Nem versos amargos...

Um comentário:

Filoxera disse...

Na minha opinião, nós boicotamo-nos a nós mesmos, vezes demais...
Beijos, amiga, até breve.