sexta-feira, 20 de abril de 2007

Encontros e desencontros...

Iniciamos o segundo dia em Paris na rodoviária da cidade, comprando os bilhetes para Amsterdam. Passagem garantida, voltamos para o hotel a fim de encontrar a Juby, única brasuca que faltava para completar o grupo. Cansada de algumas horas de avião e sem vontade de ficar a nossa espera, Juliana partiu para explorar a cidade sozinha. Decidimos, então, ficar nos arredores do nosso bairro... Montmartre sempre foi conhecido como bairro dos artistas que moram em Paris, além da agitada vida noturna. Localização melhor não poderia haver... Sacre Cour, Moulin Rouge e Notre Dame foram os pontos escolhidos antes de partitmos para o Louvre, ao encontro de Juby.

Ao longo dos dias e de caminhadas pelas ruas, pode-se perceber que Paris é o tipo de cidade mais feliz quando se tem sol. Não sei se foi a volta do calor ou se é sempre assim, mas a quantidade de pessoas pelas ruas, nas margens do Sena ou pelos parques era impressionante. Bastava um fio de sol para que todos, inclusive nós, se espalhassem pela grama como verdadeiras lagartixas. Personagens que fazem de uma cidade algo mais palpável, justamente o que fazia falta no dia anterior...

Visitar algumas das igrejas mais famosas do mundo na sexta-feira da paixão não é uma das melhores idéias. Com um grupo não muito católico, o pequeno detalhe foi esquecido e nos juntamos à multidão rumo ao ponto mais alto da cidade, onde fica a basílica de Sacre Cour. De todas as igrejas visitadas até então, essa é a mais bonita. Construída como pagamento de uma promessa pela sobrevivência francesa contra as investidas alemãs na guerra franco-prussiana, a Igreja ergue-se sobre a cidade e proporciona uma das vistas mais bonitas de Paris. O parque que se espalha aos seus pés era um dos locais mais agradáveis da cidade. Artistas de rua a perder de vista, crianças e casais: tinha de tudo na grama, sob o sol que nos acompanharia em todos os dias de viagem.

Seguimos adiante com o roteiro e chegamos em frente ao cabaret mais famoso do mundo. Sem os efeitos especiais hollywoodianos e sem o casal protagonista, o Moulin Rouge perde a graça. Ponto visto e curiosidade saciada, era hora de partir rumo à Notre Dame. A Igreja de arquitetura gótica também estava lotada de gente cumprindo com suas obrigações da semana santa. Foi mais um exemplo de que fama não pressupõe beleza: apesar das explicações sobre arquitetura da época, influência dos ideais racionalistas e todos os elementos esculpidos na fachada, o conjunto total ainda parece uma parede trabalhada. O valor histórico, a quantidade de detalhes e a imponência da construção, no entanto, são inegáveis...
A chegada à frente do Louvre foi a constatação de que éramos um grupo de distraídos. Marcar um encontro na porta de um dos museus mais famosos do mundo não é algo muito inteligente... Ainda assim, conseguimos encontrar a Juby, que já não aguentava mais ficar sozinha. Napoleão era megalomaníaco e um museu construído por ele não poderia ser diferente. Diante desse fato, já sabíamos que não conseguiríamos ver tudo num único dia e não teríamos outros para fazê-lo. A proposta, então, era conhecer o máximo que desse, passando obviamente pela Monalisa e pela Vênus de Milo. Nenhuma grande expectativa em torno dessas obras foi criada, já que já sabia mais ou menos o que esperar... A grande surpresa no entanto, foi o museu em si. O Louvre vale por si só. Com inúmeras salas trabalhadas quase à perfeição, a sucessão de tetos pintados e trabalhados foi o que me deixou mais surpresa. Depois de ter passado em frente ao Les Invalides, não duvidava do bom gosto Napoleônico, mas também não esperava ser surpreendida por ele... Passar pelo Louvre com o quarteto fantástico também foi uma experiência única: sempre escutoamos histórias de turistas que se pedem pelos corredores do museu, mas presenciar as cenas cômicas vividas por Juliana e Vitor não tem preço. Ser expulsa do Louvre por causa do horário também não...

Um comentário:

Anônimo disse...

Fizeste o caminho iluminado? Esse valia a pena... mostra uns rochas bem mais palpáveis e imperfeitas.

:-p


beijo