quinta-feira, 19 de abril de 2007

Pecando pelo excesso

Graças às companhias low cost a distância entre Portugal e o resto da Europa quase sempre fica reduzida a poucas horas. Foi nesse esquema que, na quinta-feira, dia 5 de abril, desembarquei em Paris. Imponente já do alto, a famosa torre podia ser vista das pequenas janelinhas do avião, destacando-se numa cidade ainda tomada pela neblina. Trens de pouso no chão, mapa na mão e uma vaga idéia de francês foram o suficiente para me fazer encontrar o hotel.
Depois do encontro com as meninas e da devida apresentação ao Vitor, saímos pela cidade. Alguns minutos de comentários e atualizações foram os responsáveis para que o roteiro do dia fosse marcado pelo improviso. Nada mais natural do que ser "flaneur" em Paris. E foi o que fizemos. Num dia de caminhada meio às cegas passamos nas margens do Sena, nos perdemos pelas ruas, vimos o sol se pôr atrás do monstrengo de metal que se ergue na cidade e terminamos o dia com um passeio pela Champs Eliseé, até o Arco do Triunfo.

Uma cidade linda
em termos arquitetônicos, mas imunda. Essa foi a primeira impressão que tive da cidade luz, quando ainda esperava encontrar uma cidade de bonecas, com todo o famoso charme francês. Ledo engano. Quilos de lixo espalhados por toda a capital, inclusive nos arredores dos pontos turísticos que, teoricamente, seriam os locais mais bem-cuidados da cidade faziam parte do cenário parisiense. Incrível como os grandes nomes da moda e as grandes cifras convivem em perfeita harmonia com a sujeira das ruas de Paris. O mais estranho é que, a parte dos tursitas, ninguém mais parecia notar alguma coisa "fora do eixo".

Ainda assim, a cidade luz é linda e se revela mais bonita a cada esquina. Com os cafés tipicamente franceses e as ruas lotadas graças a um calor inédito para a primavera, é impossível não assumir que Paris é a cidade mais bonita projetada pelo homem. Tudo parece ter sido perfeitamente calculado: os prédios, as praças, os jardins... Nada parece ser despropositado, nem mesmo a postura blasé dos franceses, que combina perfeitamente com a cidade.

A verdade é que Paris peca pelo excesso de perfeição. Exatamente como aquela menina bonita demais, o que falta a Paris é aquele defeito que faz com que as cidades se tornem reais e palpáveis. Talvez, por isso, a capital francesa não tenha me conquistado: eu sempre preciso daquela aresta torta, da confusão das ruas e do tom de voz mais alto para me sentir bem...

3 comentários:

Anônimo disse...

Queridona,

fico mto feliz em saber que ja sou uma personagem das suas maravilhosas historias. Preciso te falar que meus olhos encheram de lagrima qdo li os tres textos em que vc falava de mim... Talvez eu esteja emotiva demais esses dias, mas o fato é que eu ja estou com saudades! espero que esses quatro meses passem mtooooo rapido!

bjaaaaaao

ps: nao consegui abrir a sua foto com a rach nem a nossa na champs elysee... queria tanto ver essas fotos grandes...

Unknown disse...

De volta!!!
de volta à coimbra, de volta ao blog, que bom!!!!!
beijos

Anônimo disse...

A cidade da Luz não me roubou também... quem sabe em contínuos vaivens, em cotidianos atritos se poliram as arestas? :-p