Maratona portuguesa...

Tentando conciliar a contagem regressiva e os planejamentos de viagens, parti com o Kiko - meu companheiro de aventuras - para um fim-de-semana em ritmo de maratona na capital. O objetivo era visitar O Palácio da Pena, em Sintra, e a cidade de Óbidos, candidatos a uma das sete maravilhas de Portugal. Numa espécie de road trip em menor escala, abrimos mão das auto-estradas e decidimos seguir pelas Nacionais, explorando o melhor de Portugal Profundo. Quatro horas depois de sair de Coimbra chegamos à Lisboa, depois de uma parada rápida no Mosteiro da Batalha e com duas horas a mais do que o tempo normal de viagem.

Sintra é uma graça. Cidade pequena, com ar de vila que parou no tempo. Uma praça principal direciona os visitantes para os Palácios e Castelos que ficam nos arredores. Tentar chegar lá rendeu uma passagem por alguns dos lugares mais bonitos que vi em Portugal até agora: estradas que parecem tiradas de livros de ficção infantil, materializando as descrições de reinos mágicos e florestas encantadas... Por questão de tempo, escolhemos visitar os dois principais monumentos: O Palácio da Pena, um dos candidatos do concurso, e o Castelo dos Mouros. Com mais fama do que beleza, na minha opinião, o Palácio da Pena é um daqueles monumentos que nos fazem questionar os critérios do bom gosto. Uma mistura confusa de estilos, que não compõem unidade alguma, é o que caracteriza o castelo. A localização privilegiada no alto de uma colina faz com que ele seja mais imponente do que deveria ser. Tal como um desenho feito por uma criança, o Palácio não combina cores, arquiteturas, influências... É uma verdadeira Torre de Babel em termos de estilo. E que isso não seja entendido como elogio...

O Castelo dos Mouros, por sua vez, conseguiu ganhar o troféu bacaninha de Sintra. Em termos arquitetônicos, o castelo realmente não é nada: apenas ruínas daquilo que um dia foi a fortaleza - adivinhem de quem? - dos Mouros. Mas o casamento dos restos de muralhas com uma vista fenomenal é perfeito. Sempre fui mais adepta do lado rústico das coisas...

Para encerrar os passeios turísticos do dia em grande estilo, fomos até o Cabo da Roca - a ponta mais ocidental do continente europeu. "Aqui... Onde a terra se acaba e o mar começa..." é o que melhor descreve o lugar, lindo como quase tudo à beira-mar. De tirar o fôlego. Uma imensidão azul, que tende ao infinito e conseguiu, numa fração de segundos, levar-me de volta à casa. Desde que cheguei em Portugal foi o mais próximo que estive do Brasil, geograficamente falando... A maneira perfeita de terminar um dia mais do que agradável.