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Elementos inusitados...
Passar o Carnaval em Marrocos foi também uma solução paliativa para não sofrer com o frio durante o feriado mais carioca que existe. Como nem tudo sai como planejado, o clima que encontramos no outro lado do Estreito não era ameno e não lembrava em nada os dias de sol do Rio de Janeiro. Já conformada com o fato de ter ido à Suíça e não ter visto neve, fui pega de surpresa pelos flocos branquinhos quando estávamos a caminho do deserto. Demorei para acreditar que aquilo estava realmente acontecendo: eu estava em Marrocos, indo em direção ao Sahara e me vi, não no meio de uma geada ou de uma chuva comum, mas de neve!! Lindo…
Isso tudo se deu nas seis horas de travessia da zona do Atlas. Nosso novo destino, fora do roteiro traçado ainda em terras lusitanas, era um povoado chamado Rissani, no Sul do país. Para variar, a viagem foi feita dentro de um carro com poucas condições.
Reclamar da falta de maçanetas e outros acessórios que compõem a porta de qualquer automóvel comum não fazia mais parte do script porque já havíamos nos acostumado com isso… A novidade desse táxi, no entanto, era o avançado sistema de refrigeração: com as vedações em petição de miséria, a sensação térmica dentro do carro era a mesma que se tinha do lado de fora, com a exceção do vento. Pensando no conforto dos passageiros, o motorista nos ofereceu um cobertor… Avaliamos o estado da manta e decidimos aguentar o frio. Cinco minutos depois e sem sentir os dedos, cedemos e puxamos aquilo que deveria ser onde ele guardava os ácaros de estimação e outros bichinhos menos simpáticos.
O primeiro a anunciar a neve durante o meu sono foi o Hugo e pensei logo que fosse brincadeira. Quando vi que era a
mais pura verdade, não consegui esconder a criança que (ainda!) existe em mim. Minha empolgação dentro do carro foi praticamente um pedido para que o motorista fizesse uma pausa na viagem. Em cinco minutos tudo ficou branquinho e eu, feliz da vida… Bonecos e anjinhos eu não consegui fazer, mas não escapei das bolas de neve que foram prontamente lançadas pelos meninos. À parte de ter sido um acontecimento inesperado e de certa forma inusitado, Marrocos conseguiu me mostrar o que a Europa ainda não tinha conseguido. Ponto para a Mama África e para a viagem mais completa e abrangente que poderia ter sido feita.
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