terça-feira, 27 de março de 2007

Turismo Moribundo

Dizer que Marraquesh não é lá grande coisa é falar mal de uma cidade que pouco vi. Exausta por causa das condições da noite anterior, praticamente me arrastei pelas ruas da Medina e pela praça vista na noite anterior. De proporções mais turísticas do que Fez, a Medina de Marraquesh me pareceu também mais suja e menos bonita. Aparentemente menos típica, a cidade se revela mais caótica durante o dia do que à noite, hora em que chegamos. Atravessar a rua passava a ser um desafio por causa nas avenidas confusas e repletas de todo e qualquer meio de transporte possível.

As cores, no entanto, c
ontinuavam vivas e voltaram a aparecer depois de alguns dias de cenários áridos e naturais. Assim como nas outras cidades, a exposição de tapetes, tecidos, jóias e objetos típicos formava uma espécie de vernissage marroquina de primeira qualidade. Verdade, também, que no meio de maior variedade via-se muito de “pseudo-típico”, o famoso engana-turista. Em Marraquesh, ao contrário de Fez, as pessoas já não era tão simpáticas e receptivas… Talvez pelo ritmo acelerado da própria cidade, todos tenham menos tempo e paciência para aqueles que estão ali só de passagem.

A praça Jema El Fna era um espetáculo à parte. Com as mesmas atrações vistas
na noite anterior, só que em maior número… A vantagem é que ficava mais fácil perceber quando estávamos sendo alvo de algum estratagema. Tudo ali era comércio e motivo para arrancar alguns dirahms do pobre turista: numa das atrações com animais selvagens até as máquinas fotográficas foram revistadas para garantir que nem uma simples imagem seria gratuita. Esses pequenos detalhes foram os responsáveis por uma imagem ruim de Marraquesh, por mais eu tenha total noção de que qualquer opinião minha seja simplista e superficial.

O Palácio
Real e os famosos jardins da cidade ficaram por serem vistos, já que só olhamos as placas e não chegamos até esses pontos. Por cansaço e por limite de tempo: tínhamos apenas mais algumas horas para partir em direção à El Jadida. O resto da tarde foi tomado pela missão de encontrar algum lugar em que eu conseguisse comer e manter-me alimentada por algumas horas consecutivas. A refeição, feita num restaurante que poderia estar em qualquer lugar do mundo e com melhor higiene do que qualquer outro em que já estivéssemos estado, parecia insossa. Eu comi apenas pão, mas a pizza dos meninos não parecia melhor do que qualquer prato comido à beira da estrada. No fim das contas, essa foi a sensação que tive em Marraquesh: uma cidade que pode até atrair várias pessoas mas que, para mim, ficou sem sal…

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