sexta-feira, 27 de abril de 2007

Cidade-surpresa...

Se tivesse determinado o roteito da viagem de Páscoa, definitivamente, não teria incluído Amsterdam no percurso. Confesso que tinha um preconceito em relação a cidade da moda no Brasil, por causa da última novela das oito. Assim como Salamanca está na agenda da maior parte dos cariocas que querem aprender espanhol, Amsterdam figura no álbum de fotografias de quase todo mundo que viaja pela Europa. Quando vi a cidade como parte do intinerário, resolvi me deixar levar e aproveitar a companhia que viria do Rio, em qualquer cidade que fosse.
Às vezes, ser teimosa demais é muito bom: só assim conseguimos ser surpreendidos de verdade. Amsterdam não só foi a melhor cidade dessa viagem, como foi a que mais gostei até agora. Cortada por uma infinidade de canais, a capital holandesa tem um clima único. Milhares de bicicletas por todos os lados ajudam a formar a idéia de uma cidade que não tem pressa de chegar a lugar algum e onde a maior parte das pessoas é de uma simpatia quase inacreditável. Foi possível entender os motivos da Globo para filmar parte de uma novela lá... As economias em termo de cenografia devem ter sido consideráveis, já que a cidade é exatamente aquilo que se via nas telas. Prédios do mesmo estilo enfileirados na beira das águas, as típicas casas-barco, a confusão de bicicletas e trams pelas ruas... As pessoas da cidade são um espetáculo à parte. Além de ter esbarrado com alguns dos rostos mais bonitos que já vi na vida, vê-se de tudo na rua. Liberdade lá é a palavra da ordem. Faz-se o que quer, na hora que quiser, como bem desejar. Para quem sempre odiou qualquer tipo de controle e fiscalização, não é à toa que a cidade se mostrou como um Paraíso em plena Europa. Pensar que ir à Amsterdam é ver gente fumando maconha deliberdamente pela rua é ter uma idéia errada da cidade. Que as dorgas consideradas leves são liberadas lá todos já sabem, mas raras foram as vezes em que vi situações dessas. Tudo tem lugar para acontecer e todos parecem respeitar isso, de uma forma ou de outra. O espíito liberal herdado da Idade do Ouro está em todos os cantos da cidade, que respira arte. Com pouco mais de 750 mil habitantes, Amsterdam possui mais de 30 museus... Por questões de tempo, dinheiro e prioridades, escolhemos alguns. O do primeiro dia foi, obviamente, o Van Gogh Museum, com o maior acervo de obras do pintor. Depois daí, eu, Laura e Rach seguimos para o Anne Frank Museum.
Localizado na casa onde foi o esconderijo de sua família durante a Segunda Guerra Mundial, o museu é pequeno e espetacular. Lembro de ter lido "O Diário de Anne Frank" ainda muito nova, sem entender direito o que se passava quando apareciam páginas em branco. São as vantagens de ter uma irmã mais velha que deixava os livros pelas estantes depois de os ler... Mais tarde, com mais conhecimento sobre o assunto, o livro veio a ser o primeiro de uma série de livros com enredos mais consistentes e históricos. Apesar de ter sido escrito por uma menina de 12 anos, não creio que se possa relatar uma realidade tão cruel de maneira mais genuína do que aquela. Afrimo, sem dúvida alguma e com toda a parcialidade a que tenho direito, que o Anne Frank Museum foi uma das melhores coisas de Amsterdam. Se bem que é complicado escolher o melhor da cidade que, definitivamente, me ganhou em três dias...

Um comentário:

Unknown disse...

Querida!

Preciso confessar uma coisa. A cidade tb me surpreendeu e mto! na verdade, so figurou no meu roteiro por causa do Vitor, que insistiu que fossemos la. Que bom, ne? Pq foi maravilhoso! Mas preciso dizer que Paris ainda foi a minha preferida...

bjaaao