Sobre rodas...

Ir a Amsterdam e não andar de bicicleta é como ir ao Rio de Janeiro e não ver o mar, segundo os viajantes mais experientes. Por isso, no último dia na cidade, alugamos algumas magrelas para dar umas voltas e ver uma capital diferente. A vantagem dos pedais é poder conhecer partes menos turísticas e, talvez por isso, mais genuínas da cidade. Depois de uma breve readaptação à bicicleta, partimos para o trânsito, tentando colocar em prática as regras de sobrevivência local...

Estar afastada de todo e qualquer trânsito a mais de 6 meses me deixou meio enferrujada, confesso. Com regras específicas para bicicletas e com a adição de trams na mesma pista, quase fui atropelada umas duas vezes, logo no início... Nada traumático e em 30 minutos de pedaladas eu já estava entendendo bem o esquema. Complicado foi para a Laura, conhecida por não ser uma pessoa muito adepta de esportes e atividades físicas... Depois de levar uns dois ou três tombos, a coitada queria jogar a bicicleta em cima de qualquer holandês que perguntasse se estava tudo correndo bem. Logo ela, que tinha ficado tão surpreendida quanto eu em relação à cordialidade das pessoas... O final do dia, no entanto, ficou reservado para as minhas tradições na estrada. Por estar me sentindo um pouco mal decidi abandonat o grupo e voltar ao albergue para uma noite mais longa de recuperação... Ledo engano. Um banho frio e algumas horas de sono só serviram para despertar uma febre alta e dores por todo o corpo. Mais uma vez, minha médica favorita foi acionada do outro lado do Atlântico e, depois de algumas horas, eu já estava pronta para a próxima cidade...