Cinzas da Queima...

A conseqüência inevitável de toda queima são as cinzas. E com a das fitas não poderia ser diferente. Findos os dias de festa e desligado o som o alto que embalou a cidade ao longo de nove dias, Coimbra reassume sua pincelada antiga e seu ritmo devagar. Não se vê pessoas voltando para casa às 17h e os horários começam a se ajustar novamente. Os estudantes, agora, correm atrás do tempo aproveitado ao máximo e iniciam a rotina para os exames que tardam, mas não falham nunca... Os conimbricenses temporários, além de tudo isso, dão início a uma contagem regressiva que terá fim num avião de volta para casa...

Antes de ir embora, todos planejam viagens e despedidas sem fim. É sempre uma tentativa de adiar o inevitável... Datas definidas e malas na iminência de ficarem prontas são a realidade de todos os que vieram passar um tempo além mar. Alguns, de fato, querem mesmo ir embora. Não aguentam mais a "província" que escolheram como destino e contam as horas para pisar em solo brasileiro. Eu não sou desses... Coimbra me ganhou de imediato e para sempre. Já não digo mais que moraria aqui e reconheço o tédio que pode tomar conta da cidade de vez em quando. Mesmo assim, ainda existe aquela vontade de congelar o tempo e ficar assim indefinidamente...

Pensar nisso no final da noite de sexta-feira foi inevitável. Ainda mais depois de perceber que - do grupo que estava ali - talvez eu seja a única que não marcará presença em maio do ano que vem. Paciência... Resta torcer para que o Arpoador e seus arredores estejam preparados para receber a ressaca de um ano muito bem vivido em terras de Cabral...